A Comissão da União Europeia propôs nesta segunda-feira (07) aplicar contra-tarifas de 25% sobre uma série de produtos norte-americanos, como resposta às taxas impostas pelo presidente Donald Trump sobre o aço e o alumínio. Saiba mais em TVT News.
A primeira rodada de contramedidas, prevista para ser adotada em 16 de maio, deverá englobar produtos norte-americanos, como o uísque bourbon. No entanto, a inclusão desse item ainda é controversa, especialmente após as ameaças do presidente americano de impor tarifas de 200% sobre vinhos e bebidas espirituosas europeias, caso o uísque permaneça na lista.
Outra rodada das taxações já é prevista para 1º de dezembro, destinada a responder aos direitos aduaneiros gerais de 20% sobre outras importações do bloco e a uma taxa fixa de 25% sobre os automóveis.
Em publicação no “X”, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que “A Europa está sempre pronta para um bom acordo. Mas também está preparada para responder com contramedidas.”
“A Europa está pronta para negociar com os EUA. Oferecemos tarifas zero por zero para bens industriais.
Porque estamos sempre prontos para um bom negócio.
Mas também estamos preparados para responder com contramedidas.
E nos proteger contra efeitos indiretos por meio do desvio de comércio.”
Europe is ready to negotiate with the US.
We have offered zero-for-zero tariffs for industrial goods.
Because we’re always ready for a good deal.
But we’re also prepared to respond with countermeasures.
And protect ourselves against indirect effects through trade diversion. pic.twitter.com/hpZ77TXH4B
— Ursula von der Leyen (@vonderleyen) April 7, 2025
Entenda as tarifas de Trump
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na última quarta-feira (02) que o país passará a cobrar uma tarifa de 10% sobre todas as importações provenientes do Brasil. A medida faz parte de um pacote de guerra tarifária aplicado a diversas nações que cobram taxas sobre produtos norte-americanos.
Trump explicou que as novas tarifas serão calculadas com base na alíquota imposta por cada país sobre produtos dos EUA. Segundo contas apresentadas por ele, os Estados Unidos aplicarão aproximadamente metade das tarifas que esses países cobram.
A tabela de guerra tarifária divulgada pelo governo dos EUA inclui países como China, que terá uma tarifa de 34%, a União Europeia (20%), o Japão (24%) e a Índia (26%). Alguns locais como Chile, Austrália, Singapura e Reino Unido, também serão taxados em 10%, assim como o Brasil. Trump afirmou que, embora pudesse aplicar tarifas totalmente equivalentes às cobradas pelos outros países, optou por uma abordagem mais moderada.
Outras retaliações
A China anunciou na última sexta-feira (04) que vai impor tarifas de 34% sobre os produtos dos Estados Unidos a partir do dia 10 abril, mesmo patamar das taxas impostas nesta semana por Trump às importações chinesas.
O governo chinês anunciou restrições para exportação de minerais raros, conhecidos como terras raras, e proibiu a exportação de itens de “dupla utilização”, civil e militar, para 16 empresas estadunidenses.
O anúncio chinês ocorreu dois dias após os Estados Unidos imporem tarifas de 34% sobre todas as importações chinesas, agravando a guerra comercial iniciada pelo país norte-americano.
Após anunciar a taxação de 34%, a Comissão Tarifária do Conselho de Estado da China pediu ainda que os EUA “cancelassem imediatamente suas medidas tarifárias unilaterais e resolvessem as diferenças comerciais por meio de consultas de maneira igualitária, respeitosa e mutuamente benéfica”.
O governo chinês argumentou que a prática dos EUA não estava de acordo com as regras do comércio internacional e prejudicou os interesses da China.
Ameaça dos Estados Unidos
Para tentar evitar a retaliação da China, Trump afirmou nesta segunda-feira (07) impor tarifa adicional de 50% contra o país partir desta quarta-feira (09).
O republicano afirmou que não haverá mais negociações entre os EUA e a China. Entretanto, “as negociações com outros países, que também solicitaram reuniões, começarão a ocorrer imediatamente”.
Em um post feito na o Truth Social, que pertence ao presidente estadunidense, ele reafirmou que qualquer medida de retaliação aos EUA será igualmente confrontado com novos impostos adicionais. Ou seja, países que taxarem os EUA acima das novas taxas alfandegárias anunciadas pelo presidente americano, serão punidos com mais tarifas.