segunda-feira , 14 de abril 2025

Diga não ao improviso

Entre os desafios de início de mandato, prefeitos necessitam fazer diagnóstico e executar ações para minimizar a falta de recursos

Ao enfrentarem os desafios de início de mandato, prefeitos necessitam fazer um diagnóstico rápido e detectar possíveis ações que possam minimizar a falta de recursos em caixa, além de dívidas dos antecessores, muitas vezes do mesmo grupo político. Veja o artigo completo de João Henrique Faria na TVT News.

Por João Henrique Faria

Início de governo é sempre uma caixinha de surpresas. Mesmo com o período de transição, as notícias negativas surgem ao se fazer uma análise mais aprofundada , secretaria por secretaria. As famosas e bem comuns “dívidas herdadas” podem engessar a administração. Por isso é preciso ampliar o conhecimento sobre a administração municipal, com algumas ações emergenciais:

  1. Estudar quadro financeiro interno;
  2. Entender as relações com Governos Estadual e Governo Federal;
  3. Buscar soluções para garantir um mínimo de investimento.

O aperto é ainda maior, quando se analisa a relação entre os compromissos assumidos em campanha e a agenda possível de se cumprir no curto e médio prazos. Entra em campo a ação da comunicação e do marketing político.

Neste artigo, partimos da ideia de realização de um Diagnóstico Organizacional, uma escuta interna, seguido de um Planejamento Estratégico de Comunicação e Marketing, que levará à apresentação de um Plano Integrado de Comunicação e Marketing. Isso envolve entrevistas em profundidade, análise SWOT e todos os demais mecanismo que apontem a realidade presente e lancem proposições futuras, visando informar o cidadão sobre a realidade encontrada pela atual gestão e as ações que estão sendo tomadas para dar rumo às coisas.

Diagnóstico é o primeiro passo

Nas administrações municipais, após a realização de estudos internos, é preciso fazer uma reestruturação da forma de agir em relação aos mais variados públicos. Uma escuta aos setores internos é essencial, antes de qualquer medida de comunicação externa. Aqui entra o Diagnóstico Organizacional. Ouvir cada setor é essencial, visando:

  1. Entender suas peculiaridades;
  2. Levantar suas demandas;
  3. Entender aquilo que cada um pode oferecer;
  4. Ampliar o leque de serviços.

Já neste momento é possível entender o funcionamento da máquina administrativa, perceber quais são os gargalos para uma ação efetiva e buscar as formas de resolver as questões mais urgentes, para que os serviços possam ser executados e as informações possam chegar de maneira transparente aos cidadãos.

Planejamento Estratégico como segunda etapa

Nada como um bom Planejamento Estratégico para reforçar o sentimento de equipe e buscar soluções para os mais variados problemas encontrados. O foco, neste caso, é encontrar soluções por meio do levantamento das ações previstas no primeiro ano da administração, secretaria por secretaria, bem como entender os processos de comunicação – internos e externos.

Portanto, estamos falando de um Planejamento Estratégico de Comunicação e Marketing. Estreitar as relações entre as secretarias é um passo importante dentro desta estratégia. Geralmente as secretarias são estanques, agindo em parceria em apenas alguns momentos pontuais. O correto é o entendimento de que se trata de um só corpo.

Em março, eu e o consultor político Rodrigo Mendes fizemos um trabalho muito produtivo em Palmas, no Tocantins. Foram 12 horas de encontros coletivos com secretários e supervisores, em um turno, e mais 12 horas com diretores e gerentes, em outro. Dali saiu um rico material e as discussões foram essenciais para que todos entendessem o pensamento do gestor e a forma como a Secretaria de Comunicação (Secom) vai trabalhar com cada um deles, da mesma forma que foram apresentadas as dificuldades e as perspectivas de cada um para este primeiro ano de governo.

Como um dos resultados tivemos uma síntese interessante:

A CABEÇA É O PREFEITO.

OS BRAÇOS, OS SECRETÁRIOS.

A BOCA É A SECOM.

Este é um bom começo para que a informação circule, ponto essencial. A partir do entendimento de quem é o prefeito, seu estilo, suas características pessoais, seu temperamento e sua forma de governar, os secretários saberão melhor como agir, em que tempo agir, de que forma apresentar suas ações e, de forma direta, saberão como alimentar de informações a Secretaria ou o Setor de Comunicação da gestão. Este, consequentemente, terá melhores condições de informar, de forma qualificada, não apenas o público interno, mas o cidadão, de forma essencial, visto que as ações entre as demais secretarias e a Secom passam a ser feitas de forma coordenada.

Análise SWOT é uma boa forma de avançar

Como forma de provar que a ideia é válida para todo e qualquer município, dou como exemplo, agora, o trabalho feito por mim e pelo consultor político Odilon Araújo, em Fortuna de Minas, cidade de pouco mais de 3 mil habitantes, a menos de 100 quilômetros de Belo Horizonte. Ali, partimos de entrevistas em profundidade e chegamos à Análise SWOT, da qual participaram 33 servidores – prefeito, vice, secretários, secretários adjuntos, supervisores e outras chefias.

Um envolvimento empolgante e que trouxe resultados muito importantes para a nova gestão. Apesar de reeleito, o prefeito Cláudio de Nicote reconhece que é um trabalho novo, com novas expectativas por parte dos cidadãos. Basta pensar que agora não dá mais para dizer: “Estamos começando”. O que era motivo para compreensão, agora é de cobrança. Ou seja, “já aprendemos. Agora não podemos errar”. E o acerto começou por querer entender esta nova realidade da gestão municipal.

O que fica claro é que não importa o tamanho do município. De uma capital de estado – Palmas (TO) – a uma cidade de 3 mil habitantes – Fortuna de Minas -, em Minas Gerais, o que importa é o entendimento de que fazer um bom Diagnóstico Organizacional, seguido de um Planejamento Estratégico, é fundamental para chegar à etapa final: estabelecer um Plano Integrado de Comunicação e Marketing. Mas isso merece um novo artigo.

Marketing 360 para Mandatos

Justamente por entender esta demanda, criamos o evento “Marketing 360 para Mandatos”, que será realizado em Belo Horizonte, no Auditório do Crea-MG, dia 26 de abril, um sábado, de 8h às 17h. Estarão presentes alguns dos principais players do Marketing Político do Brasil, como Juarez Guedes (PB), Rodrigo Mendes (SP), Celso Lamounier (MG), Dani Braga (TO), Caroline Maria (PB), Wagner Bezerra (RJ), Matheus Dias (MG), Aurélio Salles (MG) e eu, que estarei fazendo a palestra “DIGA NÃO AO IMPROVISO – Diagnóstico e Planejamento para Mandatos”.

Sobre o autor

João Henrique Faria é Mineiro. Cataguasense. Consultor Político. Estrategista. Jornalista. Professor Universitário. Proprietário da Fator Inteligência e Marketing, empresa há 21 anos no mercado, especializada em Marketing Político Eleitoral e Governamental. Foi Estrategista e Coordenador em mais de 100 campanhas eleitorais para o Executivo e Legislativo. Trabalhou por 11 anos na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. É cofundador da Alcateia Política. Membro do CAMP (Clube Associativo dos Profissionais de Marketing Político). Professor universitário desde 1991, coordenou o primeiro curso de pós-graduação em Marketing Político do Brasil, na Escola do Legislativo da ALMG. Hoje está à frente da disciplina “Comunicação e Marketing Político - Eleitoral e Governamental”, na pós-graduação em Comunicação Pública e Governamental da PUC Minas e coordena consultorias para prefeituras e câmaras municipais no campo do Diagnóstico Organizacional, Plaejamento e Comunicação e Marketing.  

Crédito do Matéria

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