Papa Francisco aparece no Domingo de Páscoa para dar bênção. Leia a mensagem de Páscoa do Papa
O Papa Francisco apareceu na varanda do Vaticano para fazer a tradicional benção de Páscoa neste domingo (20). Ainda se recuperando da pneumonia, o Papa não participou das celebrações da Semana Santa, mas escreveu mensagens. Leia com a TVT News as mensagens do Papa e os significados dos ovos de Páscoa.
Leia a mensagem de Páscoa do Papa Francisco
Do balcão central da Basílica Vaticana, o Papa Francisco acenou para milhares de fiéis na Praça São Pedro e desejou a todos “Feliz Páscoa”!
Papa convida ao desarmamento: as “armas” da paz constroem o futuro e não espalham morte
A mensagem “Urbi et orbi” (para a cidade de Roma e para o mundo) do Papa Francisco por ocasião da celebração de Páscoa foi lida pelo mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias, monsenhor Diego Ravelli.
Do balcão central da Basílica Vaticana, o Papa Francisco acenou para os milhares de fiéis na Praça São Pedro e desejou a todos “Feliz Páscoa”. O Santo Padre estava acompanhado pelo cardeal-protodiácono, Dominique Mamberti, e pelo presidente da Pontifícia Comissão para o Estado da Cidade do Vaticano e do Governo da Cidade do Vaticano, cardeal Fernando Vérgez Alzaga.
Leia a mensagem Urbi et Orbi do Papa Francisco
Do sepulcro vazio de Jerusalém, escreve o Papa, chega até nós um anúncio sem precedentes: o amor venceu o ódio. A luz venceu as trevas. A verdade venceu a mentira. O perdão venceu a vingança. Isso não significa que o mal não desapareceu da história, mas já não lhe pertence o domínio.
“Cristo ressuscitou! Neste anúncio encerra-se todo o sentido da nossa existência, que não foi feita para a morte, mas para a vida. A Páscoa é a festa da vida! Deus criou-nos para a vida e quer que a humanidade ressurja! Aos seus olhos, todas as vidas são preciosas! Tanto a da criança no ventre da mãe, como a do idoso ou a do doente, considerados como pessoas a descartar num número cada vez maior de países.”
Este anúncio de esperança ressoa hoje ainda mais forte enquanto vemos todos os dias os inúmeros conflitos que ocorrem em diferentes partes do mundo. “Quanta violência vemos com frequência também nas famílias, dirigida contra as mulheres ou as crianças! Quanto desprezo se sente por vezes em relação aos mais fracos, marginalizados e migrantes!”, escreve com pesar Francisco, que formula os seus votos:
“Neste dia, gostaria que voltássemos a ter esperança e confiança nos outros” e “a ter esperança de que a paz é possível!” O Santo Padre então elenca os vários países e regiões em conflito, a partir da Terra Santa, onde este ano católicos e ortodoxos celebram a Páscoa juntos, manifestando preocupação com o crescente clima de antissemitismo e definindo como “dramática e ignóbil” a situação humanitária em Gaza.
As “armas” da paz
O Papa extende seus votos de paz a todo o Oriente Médio, de modo especial ao Líbano, à Síria e ao Iêmen. Paz também para o Sul do Cáucaso e aos povos africanos vítimas de violências, especialmente a República Democrática do Congo, o Sudão, o Sudão do Sul, o Chifre da África e a Região dos Grandes Lagos. Na Ásia, o pensamento de Francisco vai a Mianmar, que além do conflito armado sofre com as consequências do terremoto.
“Não é possível haver paz sem um verdadeiro desarmamento! A necessidade que cada povo sente de garantir a sua própria defesa não pode transformar-se numa corrida generalizada ao armamento”, acrescenta o Pontífice, que renova o pedido para que os recursos disponíveis sejam utilizados para ajudar os necessitados, combater a fome e promover iniciativas que favoreçam o desenvolvimento. “Estas são as ‘armas” da paz: aquelas que constroem o futuro, em vez de espalhar morte!”, diz ainda o Papa, apelando que não se ceda à lógica do medo.

“Que o princípio da humanidade nunca deixe de ser o eixo do nosso agir quotidiano. Perante a crueldade dos conflitos que atingem civis indefesos, atacam escolas e hospitais e agentes humanitários, não podemos esquecer que não são atingidos alvos, mas pessoas com alma e dignidade.” Por fim, os votos de que neste ano jubilar a Páscoa seja uma ocasião para libertar os prisioneiros de guerra e os presos políticos.
“Queridos irmãos e irmãs, na Páscoa do Senhor, a morte e a vida enfrentaram-se num admirável combate, mas agora o Senhor vive para sempre. Feliz Páscoa para todos!”
Vídeo: Missa de Páscoa, assista à cerimônia completa
O que significam os ovos da Páscoa
Entenda a transição de ovos decorados para ovos de chocolate no período de Páscoa.
Levantamento divulgado pela empresa de pesquisa e inteligência de dados Nexus revelou, recentemente, que 52% dos brasileiros pretendem comprar ovos de chocolate na Páscoa, sendo que cada um pretende adquirir em média três produtos.
Mas como foi a passagem dos tradicionais ovos decorados que eram presenteados no passado para os ovos feitos de chocolate, que dominam as prateleiras dos comércios e são aguardados ansiosamente nesta época do ano pelas crianças?
A doutora em Teologia e professora da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Ana Beatriz Dias Pinto, explicou que a transição dos ovos decorados para os de chocolate seguiu uma adaptação do mercado.
“Embora o ovo seja símbolo ancestral de fertilidade e vida (presente antes mesmo do cristianismo, em rituais pagãos e em tradições cristãs orientais), a prática de presentear ovos de chocolate é resultado de um processo de industrialização e mercantilização da Páscoa, que se intensificou ao longo do século XIX e permanece há 175 anos”, afirmou.
Segundo a professora e pesquisadora, a fabricação dos primeiros ovos de chocolate começou na França e na Alemanha por volta de 1850.
“Foi uma forma de presentear com algo mais gostoso e bonito. Antes eram ovos de galinha, pato, avestruz, muito frágeis e visualmente enriquecidos com pinturas e adornos, mas que geralmente tinham tamanhos menores.”
O tamanho dos ovos de chocolate veio com o crescimento e desenvolvimento das indústrias.

“Há países onde já vi ovos do tamanho de uma pessoa”, disse Ana Beatriz.
Para a pesquisadora, “por conta deste marketing, os ovos de chocolate acabam servindo ao consumismo de mercado, mas sua dimensão simbólica para a Páscoa verdadeira não está associada às campanhas publicitárias, brinquedos e embalagens festivas, assim como a vela, o coelho, o círio pascal e as flores,. ela é um elemento que fala sobre a vida, o renascimento”.
O consumismo que pode ser representado pelos números da indústria. A Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Bala (Abicab) estimou que a produção do setor neste ano deve atingir cerca de 45 milhões de unidades. Apesar do aumento nos preços do produto por causa da crise da produção do cacau, ainda assim são números expressivos.
Com informações do Vatican News e da Agência Brasil